O presente da Alerta para a Fiocruz é acabar com o maior valor da instituição: o nome. Qualquer que seja a desculpa o valor está hiperfaturado.
Fonte: http://www.baguete.com.br/noticias/software/24/08/2011/fiocruz-r-365-milhoes-sem-licitacao
“A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade de pesquisa ligada ao Ministério da Saúde, comprou um sistema de gestão de dados da portuguesa Alert por R$ 365 milhões.
Publicada no Diário Oficial na segunda-feira, 08, a compra foi feita sem licitação, informa a Folha Online.
O contrato de cinco anos prevê transferência de tecnologia e visa integrar dados da redepública de saúde e criar prontuários eletrônicos para os pacientes do SUS, que poderão ser acessados pela internet.
A dispensa de licitação chama atenção quando o setor de software para saúde possui grandes competidores como MV Sistemas e Totvs. Outro possível concorrente seria a estatal de processamento de dados do SUS, a Datasus.
O valor é inédito no setor de softwares para a saúde, segundo afirmou à Folha o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, Claudio Giulliano.
O valor do contrato é três vezes maior que o faturamento da Alert em 2010, que segundo o site da empresa foi de 46,9 milhões de euros, R$ 108 milhões pela cotação de hoje. [A MV faturou R$ 84 milhões em 2010 e projeta R$ 126 milhões para 2011].
A implementação supera em valor ao projeto do sistema de gestão Oracle para a Vale, um dos maiores já feito no país e orçado em US$ 55 milhões segundo reportagens publicadas à época, em 2002.
O vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Pedro Barbosa, disse à Folha que a Alert foi escolhida por requisitos técnicos e ter a certificação internacional IHE (Integrating the Healthcare Enterprise).
A Alert, que tem filial em Belo Horizonte e em 2009 divulgou atender 30 hospitais brasileiros, seria a única empresa do segmento operando no país a possuir a certificação.
Uma consulta ao site da IHE revela que 298 fornecedores de TI em todo mundo tem a certificação, incluindo nomes de peso como Philips Healthcare, Software AG, Toshiba Medical Systems, Vocollect Healthcare Systems, Informatica.
Participam ainda da IHE 58 associações de profissionais de saúde, 31 organizações de educação e pesquisa em saúde, nove associações comerciais ligadas a saúde e 16 agências de governo e parcerias público privadas. A grande maioria está sediada nos Estados Unidos e Europa.
Não há nenhuma instituição brasileira na lista, que pode ser conferida pelo link relacionado abaixo.
Menos de um mês antes da públicação, Augusto Cesar Gadelha Vieira, diretor do departamento de Informática do Datasus, e Paulo Ernani Gadelha Vieira, presidente da Fiocruz, viajaram a Portugal para conhecer os serviços da empresa, aponta a Folha. ”
Comentários:
– O valor do contrato permite contratar dezenas de empresas e ver qual é a melhor (ou a menos ruim)
– Um dos maiores problemas da APS é a grande demanda e um Software lento para preencher como o Alert só complica mais as coisas. As mudanças são tantas que provavelmente terá que ser refeito e é a alegação para contratar o sistema ao invés de iniciar o desenvolvimento de um (mas que já vem sendo estudada há vários anos).
– O valor do contrato permite desenvolver outros sistemas como um Prontuário Pessoal de Saúde, sistemas móveis para os Agentes Comunitários, Telemedicina, Programa de Educação Permanente e Gestão do Conhecimento. Então a solução é ainda parcial.
– O objetivo é um sistema único e a ideia acabou de fracassar no Reino Unido.
– A solução será provisória perdendo a oportunidade de investir em pesquisa e desenvolvimento.
– O anúncio pegou todos de surpresa indicando que não foi um processo transparente.